Mudras

Você sabia que suas mãos possuem um poder de cura inato que tem sido usado durante séculos ?

Mudras são as posições das mãos que influenciam a energia do seu corpo físico, emocional e espiritual.

Os Mudras têm sido utilizados no Oriente há milhares de anos e foram praticados por muitos líderes espirituais incluindo Buddha. Hoje, os Mudras ainda são usados em Yoga e meditação.

Às vezes, podemos inconscientemente colocar nossas mãos em posições de mudra sem sabê-lo, outras vezes podemos usá-los para ajudar a canalizar e estimular a cicatrização.

Existem centenas de Mudras, mas aqui estão alguns dos mais comuns.

Mudrá – A Linguagem das Mãos

Nossas mãos não são meras extensões dos braços, mero acabamento do corpo. Assim como cada pedacinho de nós, as mãos também possui funções brilhantes dentro do harmonioso conjunto que é o organismo humano. Elas têm o poder de construir e nos fazer evoluir. Elas afagam, transmitem sentimentos e nos aproximam de nossos semelhantes. As mãos até mesmo falam por nós. Dispensam as palavras! Basta pensarmos no alfabeto manual e em como se comunicam os surdos-mudos. Basta lembrarmos-mos de muitos gestos que exprimem o que estamos a pensar. Alguns, mundo afora e em diferentes épocas, dizem exatamente a mesma coisa.

A energia que se concentra nas mãos é tão forte, que no Yoga a linguagem gestual merece atenção especial. Mudrá é o nome que se dá, nesta filosofia, aos gestos feitos com as mãos e os dedos. Alguns tipos de Ioga ensinam que os mudras podem ser feitos com o corpo. No entanto, no SwáSthya Yôga – sistematização do Ioga Pré-Clássico, portanto o mais antigo e o mais autêntico – as técnicas feitas com o corpo são sempre chamadas de ásanas e são denominadas mudras exclusivamente aquelas que são feitas com as mãos. A origem dos mudras encontra-se nas mais antigas tradições do Tantra, uma filosofia comportamental dos povos ancestrais da Índia, sobre a qual se baseiam alguns tipos de Ioga, entre eles o SwáSthya. Por meio da observação e da experiência, estabeleceram-se relações entre o estado interior e os gestos feitos com as mãos.

A tradução literal deste termo sânscrito – língua morta da Índia – é “gesto, senha ou selo”. Desta forma, os mudras funcionam como códigos para que o praticante de Ioga atinja um determinado estado de consciência. Eles atuam no psiquismo e, consequentemente, no corpo físico. Mas para isso é necessário que haja uma vivência, uma atitude interior, e não apenas que se reproduza o gesto. Os mudras podem ser magnéticos, reflexológicos ou apenas simbólicos e, dependendo desta classificação, são utilizados para diferentes fins ao longo de uma prática regular. Por exemplo, durante o pránáyáma (respiratório) normalmente é utilizado o jñána mudrá, gesto que estabelece uma corrente eletromagnética, potencializando a captação e a expansão da bioenergia, o prána. Os ásanas (técnicas corporais) são comumente acompanhados de mudras que simbolizam formas da natureza, animais e flores, entre outras figuras.

Tal é sua importância, que mudra é também um dos oito angas (partes) que constituem uma prática elementar de SwáSthya Yôga, o ády ashtánga sádhana É a primeira destas oito partes que são: mudra (gesto reflexo-lógico feito com as mãos), pújá (retribuição de energia), mantra (vocalização de sons e ultra-sons), pránáyáma (respiratórios), kriyá (técnicas de purificação orgânica), ásana (técnicas orgânicas), yôganidrá (descontracção) e samyama (concentração, meditação e hiperconsciência). No primeiro anga utiliza-se o Shiva mudra, um gesto que é ao mesmo tempo magnético, simbólico e reflexo-lógico. As mãos em concha, unindo pólos positivo e negativo, simbolizam um cálice onde é depositada a herança milenar do Ioga e, por associação neurológica e condicionamento reflexo-lógico, ajudam o praticante a atingir um estado mais profundo de receptividade. Assim, faz-se uma conexão com as raízes do SwáSthya Yoga, que será essencial para um melhor desempenho e aproveitamento do restante da prática.

Os mudras podem ser feitos com apenas uma das mãos (asamyukta hasta mudra) ou com ambas (samyukta hasta mudra). Não se sabe exactamente quantos são estes gestos, já que os nomes de cada um deles variam muito de acordo com a época e o local. No SwáSthya, utilizam-se 108 mudras do hinduísmo. Mãos que tomam formas de poder e energia, preservando assim uma tradição ancestral e tornando ainda mais bela e forte a prática dos ensinamentos milenares do Ioga.

Os mudras são os gestos simbólicos que são associados aos buddhas. Esses gestos são muito utilizados na iconografia hindu e budista. Mudra, uma palavra com muitos significados, é caracterizada como gesto, posicionamento místico das mãos, como selo ou também como símbolo. Estas posturas simbólicas dos dedos ou do corpo podem representar plasticamente determinados estados ou processos da consciências. Mas as posturas determinadas podem também, ao contrário, levar aos estados de consciência que simbolizam. Parece que os mudras originaram-se na dança indiana, que é considerada expressão da mais elevada religiosidade. […] O significado espiritual dos mudras encontra sua expressão perfeita na arte indiana. Os gestos das divindades representadas na arte hinduísta e budista e os atributos que os acompanham simbolizam suas funções ou aludem a determinados acontecimentos mitológicos. […] No decorrer dos séculos, os Buddhas e bodhisattvas representados iconograficamente com seus gestos simbólicos e atributos propiciaram o estado de espírito próprio da meditação e criaram uma profunda atmosfera de crença.

Yoga

Os Mudras são uns gestos simbólicos feitos com as mãos, significando, literalmente, gesto, selo ou senha. Provém da raiz mud, alegrar-se, gostar. Deve ser pronunciado sempre com o “a” tónico, e é palavra do género masculino (O Mudra). Eles são usados no Ioga (um dos seis pontos de vista do hinduísmo) para penetrar em determinados sectores do inconsciente colectivo, conectando o praticante às origens de sua linhagem de Ioga. Em alguns livros, aparece traduzido como símbolo, mas tal tradução não é correta, uma vez que símbolo, em sânscrito, corresponde à palavra Yantra.

No budismo Vajrayana, os mudras possuem uma função especial: fazer oferendas ou criar uma conexão do praticante com o Buddha que é invocado pela repetição dos mantras. Estes são os mais conhecidos:

Dhyana-mudra

O gesto da meditação; mão direita sobre a esquerda, com as pontas dos polegares se tocando. Associado à meditação do Buddha Shakyamuni sob a figueira de bodhi. Também é o gesto do dhyani-buddha Amitabha.

Bhumi-sparsha-mudra

O gesto de tocar a terra; as pontas dos dedos da mão direita tocam o chão. Associado à firmeza inabalável do Buddha Shakyamuni que, logo após atingir a iluminação, invocou a terra como testemunha de sua iluminação. Também é o gesto do dhyani-buddha Akshobhya. Vipashyin, o primeiro Buddha, que atingiu a iluminação sob uma árvore patali, é representado fazendo este gesto com as duas mãos.

Abhaya-mudra

O gesto da protecção ou destemor; a mão direita fica erguida e com os dedos levantados. Associado à benevolência do Buddha Shakyamuni, que domou um elefante selvagem com este gesto. Também é o gesto do dhyani-buddha Amoghasiddhi.

Varada-mudra

O gesto da misericórdia ou realização dos desejos; a mão fica direita voltada para frente com os dedos abaixados. Associado à generosidade e compaixão do Buddha Shakyamuni e ao dhyani-buddha Ratnasambhava. Krakuchandra, o quarto Buddha, que atingiu a iluminação sob uma árvore sirisa, é representado fazendo este gesto com a mão direita e segundo uma ponta de seu manto com a mão esquerda.

Vitarka-mudra

O gesto da explicação; as pontas dos dedos polegares e indicador da mão direita ficam se tocando. Em uma variante, a mão direita faz o Abhaya-mudra e a mão faz o Varada-mudra. Associado às explicações do Buddha Shakyamuni e ao dhyani-buddha Vairochana. Shikin, o segundo Buddha, que atingiu a iluminação sob um lótus branco, aparece fazendo este gesto com a mão direita; com a esquerda no colo, ele toca os dedos polegares e médio. Kanakamuni, o quinto Buddha, que atingiu a iluminação sob uma árvore udumbara, é representado fazendo este gesto com a mão direita; sua mão esquerda repousa sobre o colo, fazendo o avakasha-mudra, o gesto do ócio.

Dharma-chakra-mudra

O gesto da roda do Dharma; ambas as mãos fazendo o gesto anterior. Este gesto é associado ao ensinamento de Buddha Shakyamuni, ao futuro Buddha Maitreya e, às vezes, é utilizado em representações do dhyani-buddha Vairochana. Este gesto também é usado para representar o terceiro Buddha, Vishvabhu, que atingiu a iluminação sob uma árvore sala.

Buddha-shramana-mudra

O gesto da renúncia de Buddha, da eliminação do apego. Semelhante ao abhaya-mudra, mas a mão direita fica sobre o joelho ao invés de erguida. Kashyapa, o sexto Buddha, que atingiu a iluminação sobre uma árvore banyan, é representado fazendo este gesto.

Tarjani-mudra

O gesto da eliminação de negatividades.

Buthadamara-mudra

O gesto da proteção.

Namaskara-mudra

O gesto da oração.

Anahata Chakra: Padma Mudra

O mudra da flor de lótus aberta. Abre o coração subtil, diminui a carga de tensão sobre o coração físico e cria expansão da caixa torácica. Junte os punhos, polegares e dedos mínimos e abra os outros dedos.

Ajna Chakra e Sahasrara Chakra: Mandala Mudra

Facilita a experiência de integração com todo o universo. Repouse os quatro dedos da mão direita sobre os da mão esquerda. Una os polegares formando um círculo

Mudra da Vitalidade – Prana Mudra

Este é o mudra da vida. Ele o ajudará a repor suas forças. bombeando a força da vida para todo o corpo, aumentando a vitalidade, reduz o cansaço, melhora a vista, ajudando a curar infecções oculares, dando poder para os olhos. Beneficia a cura de todos os tipos de doenças. Ajuda a desenvolver a capacidade de impor-se e perseverar, melhorando a auto-estima, a percepção e a clareza mental. Praticar o mudra junto com a respiração acalma os nervos. Apoie as mãos sobre os joelhos, junte o dedo polegar com o mínimo e o anular de cada mão, deixando os outros estendidos. Respirar profunda e calmamente.

Mudra da Energia – Mudra Appan

Esse mudra expulsa as substâncias tóxicas do organismo, elimina problemas com a bexiga, ajuda a pessoa a ser decidida e planejar o futuro, tem um efeito equilibrador, aumenta a paciência, a serenidade e aumenta a capacidade de visão. Apoie as mãos sobre os joelhos, junte o dedo polegar com o dedo médio e anular e mantenha os outros estendidos. Respiração lenta e profunda, larga. Pratique de cinco a quinze minutos por dia, três vezes ao dia.

Mudra da Sabedoria

Este mudra ajuda a se conectar com a sabedoria da mente universal. Realizado em um estado de conexão profunda, permite encontrar pensamentos e sensações no mais profundo da consciência. Una o dedo polegar com o dedo médio em ambas as mãos. O restante dedos estendidos. Faça uma respiração profunda e tranquila. Retenha o ar por alguns segundos e solte.

Mudra da Meditação

Serenar a mente e meditar é primordial para o bem-estar e isso requer disciplina e prática. Esse mudra ajuda a encontrar concentração e serenidade na meditação. Junte as mãos colocando a direita sobre a esquerda, sentindo os pulsos com as pontas dos dedos. Feche os olhos e direccione a concentração para o terceiro olho. Faça uma respiração prolongada e profunda e lenta. Pratique-o todos os dias por uma semana inteira no mínimo 3 minutos.

Mudra da Riqueza

Mudra Kureba, também conhecido como mudra do deus da riqueza. É adequado para solucionar problema quotidianos, como achar uma vaga para o carro, tomar uma decisão entre uma compra e outra, decidir se fecha ou não um negócio, entre outros. Ajuda no planeamento do seu futuro e também a eliminar a mucosidade, dar paz de espírito, serenidade e confiança. Una as pontas do indicador, do polegar e do médio de ambas as mãos. Os outros dedos permanecem dobrados. Pratique-o uma ou duas vezes por dia, mantendo a respiração tranquila e profunda. Você poderá faze-lo juntamente com afirmações positivas para solucionar problemas.

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