A postura e a respiração
Uma combinação de seis posturas que, em harmonia com a respiração, vão devolver ao seu corpo a tranquilidade e paz que precisa.
A flexibilidade trabalha-se diariamente.
texto de
Filipa Novais
Ter flexibilidade é muito mais do que conseguir fazer a espargata ou tocar na ponta dos pés por diversão. Todos os dias fazemos algum movimento que nos custa ou sentimos dores nos músculos e articulações simplesmente porque não trabalhamos o nosso corpo da forma correta. A flexibilidade muscular e articular ajuda a realizar as tarefas do dia a dia com mais facilidade, além de que promove a mobilidade do organismo à medida que vamos envelhecendo.
Madalena Proença, professora de Ashtanga Vinyasa Yoga explica que esta modalidade ajuda a “desenvolver a flexibilidade e a força simultaneamente. Estas duas variáveis, que parecem opostas, são na verdade complementares e a base fundamental para uma estrutura física (e também mental e emocional) equilibrada e forte.” E é através da flexibilidade que o nosso corpo ganha saúde — física e mental, claro.
A consciência da postura que estamos a fazer e de nós próprios vem da concentração no ato de respirar (uma respiração profunda e consciente, chamada ujjayi pranayama) que guia cada movimento. “As posturas são sempre acompanhadas de respirações profundas e representam uma forma de aumentar a nossa consciência interna, ensinando-nos os fundamentos básicos da flexibilidade e do alinhamento — desenvolvendo, paralelamente, força e equilíbrio”, afirma.
A flexibilidade deve ser trabalhada diariamente e com alguma paciência. Todos os dias vamos sentir que chegamos um pouco mais longe, até conseguirmos atingir a postura completa. Ao mesmo tempo que o corpo tenta esticar-se um pouco mais, a nossa mente acalma e relaxa, o que ajuda a libertar o stress e ansiedade do dia a dia.
Para que consiga tornar-se mais flexível, Madalena mostrou à NiT uma sequência de seis posturas — com versões adaptadas e completas — que poderá fazer diariamente, ou apenas quando quiser esticar um pouco os músculos e tendões para relaxar no final de um dia cansativo. “Estas posturas foram aqui agrupadas para serem feitas nesta mesma sequência, retirando benefícios incrementais, uma vez que a postura anterior prepara para a seguinte, e a postura seguinte compensa, simultaneamente, a anterior”, explica. Estas posturas requerem concentração e respiração constante, que ajuda a acalmar uma mente agitada e a manter o foco no momento presente.
“Não deve continuar se sentir alguma dor”, adverte. “Essa é diferente daquela sensação de exigência, ao alongar, desenvolver força ou fletir partes do corpo. Em caso de dor, devemos adotar uma postura mais simples e sustentável para as possibilidades do organismo, nesse momento. É importante mover e ativar estas áreas com consciência e respeito às nossas circunstâncias dno momento e eventuais vulnerabilidades. Devemos também seguir as recomendações médicas e terapêuticas específicas para cada caso em concreto.
Cada posição tem vários benefícios específicos mas é fundamental adquirir primeiro flexibilidade através das mesmas de forma a que os processos de desintoxicação e limpeza internos — que libertam as toxinas do corpo e evitam estados de doença — possam acontecer. Quanto mais profunda for a nossa capacidade de fazer a postura, mais benefícios retiramos dela.
As seis posturas que Madalena indica podem parecer complicadas no início, mas o objetivo é que vá tentando até as conseguir fazer todas com facilidade. A flexibilidade é algo que se trabalha, mas requer bastante paciência e resiliência.
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Exercícios de flexibilidade